sábado, 30 de agosto de 2008
U2 3D
Direção: Catherine Owens, Mark Pellington
Ontem de manhã soube que estrearia em São Paulo o novo filme do U2, U2 3D, o primeiro filme em três dimensões de um concerto de rock. Já tinha lido um monte sobre a premiere mundial do filme em Cannes no ano passado e estava empolgado e curioso.
Achei que seria mais uma cascata tecnológica e que poderia estar jogando fora meus R$ 50 (projeções 3D são mais caras, pois têm que ser feitas em salas especiais da Dolby e tem uma meia dúzia dessas em SP. No Bristol, onde fui, cada ingresso custou R$ 25).
Pensei também que o filme iria bombar absurdamente e que um bando de fanáticos pelo U2, como a turba que enfrentei na tentativa frustrada de comprar o ingresso da turnê Vertigo no Brasil, em 2006, iria reaparecer, mas fui comprar meu ingresso, antecipado, na hora do almoço e, nada. Havia muitas vagas no cinema (sinal dos tempos?, afinal não estamos mais em 1988).
Por que, olha, depois que assisti ao filme, eu acho que deveria começar a ter uma fila enorme, pois é a mesmíssima coisa que estar num estádio, assistindo o show. Entretanto, é a sensação de assistir os caras da boca do palco, a partir da área vip e não naquele esquema de ver todos eles com tamanho de Falcon, no máximo.
Os óculos 3D são agora um pouco mais simpáticos, não é mais aquele trequinho de papel, com um celofane rosa de um lado e um amarelo do outro. Já no teste, passaram umas cenas de filmes da Pixar e fiquei impressionado.
O filme foi rodado justamente nos shows da perna latino-americana e australiana da turnê Vertigo e o filme começa com imagens muito bacanas do público no Morumbi, com a imagem linda de uma fã, correndo sozinha nos corredores do estádio e os primeiros fãs brasileiros chegando na boca do palco.
É evidente, o show começa com Vertigo, com closes absurdos (aliás, dá para ver bem como o Bono está ficando velho e feio). A tomada que mais impressiona é a aérea da bateria, pois dá toda a dimensão do instrumento. Os closes de palco são perfeitos e dão a dimensão real do palco que, analisado friamente, não é gigante. O U2 toca coeso e os músicos não estão muito distantes uns dos outros ali dentro.
Nos números em que o U2 usa as extensões do palco, como quando Adam Clayton caminha por uma delas, em New Year´s Day e Where The Streets Have no Name debulhando o baixo, quando ele se vira para o lado oposto ao que está, o braço do baixo invade o público. É incrível, mesmo.
Mas o número que fica melhor na nova tecnologia é Love and Peace (Or Else). Quando Larry vai ao palquinho tocar o kit reduzido, Bono aparece ao fundo e percebe-se nitidamente a distãncia entre ambos naquele momento reluzente do baterista no palco, sua estréia nos vocais também, aliás.
Edge sobra no filme. Quem gosta de seu jeito de tocar pode aprender vários truques vendo U2 3D e conhecer também cada detalhe das “n” guitarras que ele usa no show.
O show fez uma edição perfeita de trechos de diferentes shows em São Paulo, Buenos Aires, Santiago, Cidade do México e Melbourne parecendo uma performance realmente única, mas não é. A sincronia precisou ser perfeita. Em Where The Streets Have no Name, quando Bono vai citando os nomes dos países, o áudio, por exemplo, era do Brasil, pois na hora em que ele fala Argentina, o público vaia tremendamente, como aconteceram nas duas noites de show, infelizmente.
Entretanto, o público do Monumental de Nuñez deu show, como sempre (para quem não sabe, os argentinos são o melhor público de rock do mundo na atualidade. Os Ramones já diziam isso há séculos). Nas imagens da platéia, são eles que mais aparecem, pois tem uma bandeira platina o tempo todo na platéia. Mas não fiquem tristes brasucas, pois assistir um show do U2, mesmo na Argentina, não tem preço.
Só para terminar, o áudio é coisa de outro mundo e o filme tem 85 minutos. Afinal, sincronizar os diversos shows e fundir tudo com essa nova tecnologia de filmagem não deve ser nada fácil.
Como o filme está em cartaz em Sampa, acho que vale o serviço. Você pode assistir U2 3-D nos seguintes cinemas da capital:
Bristol 1, Eldorado 9, Iguatemi Playarte 1, Market Place Cinemark 6 e Plaza Sul 2
SET LIST:
Vertigo
New Year's Day
Sometimes You Can't Make It on Your Own
Love and Peace (or Else)
Sunday Bloody Sunday
Bullet the Blue Sky
Miss Sarajevo
Pride (In the Name of Love)
Where the Streets Have No Name
One
The Fly
With or Without You
Yahweh
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